A Black Friday é uma das datas mais aguardadas do ano tanto por consumidores quanto por varejistas em razão das promoções especiais. A data, que teve origem nos Estados Unidos e se expandiu globalmente, ocorre na última sexta-feira de novembro, que é celebrado após o Dia de Ação de Graças. Em 2024, a data será celebrada em 29 de novembro.
No Brasil, o evento tem ganhado força ano após ano, movimentando bilhões de reais anualmente. O mercado brasileiro possui algumas particularidades, destacando-se o grande número de compradores que parcelam suas compras e a diversificação de itens, incluindo eletrônicos, eletrodomésticos, itens de moda, beleza e até serviços.
A Black Friday impulsiona o comércio eletrônico, com diversos sites e aplicativos oferecendo promoções e condições especiais. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), a expectativa é que o faturamento do comércio eletrônico alcance R$ 7,93 bilhões, 10,18% em relação ao ano de 2023. Diante desse cenário, varejistas aproveitam a data para diversificar suas estratégias de marketing, priorizando campanhas pagas, ações em redes sociais e notificações por aplicativos.
Proteção de dados na Black Friday
O crescimento do evento no Brasil trouxe uma série de regulamentações que exigem que os varejistas atuem com equilíbrio entre promoções e conformidade com a lei do e-commerce, Código de Defesa do Consumidor (CDC), Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Em relação à última regulamentação, sua aplicação torna-se ainda mais essencial com o aumento no fluxo de dados pessoais na Black Friday, especialmente em atividades como cadastros, transações financeiras e campanhas direcionadas.
Com o aumento das transações online, o risco de ataques cibernéticos – como vazamentos de dados, roubo de informações e fraudes – cresce proporcionalmente. Nesse sentido, algumas medidas de segurança podem ser adotadas pelas organizações para proteger as informações dos consumidores e mitigar os riscos de incidentes de segurança que podem resultar em sanções legais e afetar negativamente a reputação da organização.
Entre as ações recomendadas estão:
- Investimento em segurança: o uso de criptografia, firewalls e sistemas de detecção de intrusão, ajudam a monitorar o tráfego da rede, bloquear acessos não autorizados e proteger as informações armazenadas.
- Treinamento da equipe: é fundamental que os colaboradores saibam os procedimentos adequados para lidar com incidentes de segurança e garantir uma resposta rápida e eficaz.
- Transparência: as organizações devem manter seus clientes informados sobre como os dados são coletados, utilizados e armazenados. Citamos alguns itens obrigatórios:
- Política de privacidade: deve informar de forma clara e acessível quais dados são coletados, para quais finalidades serão utilizados, com quem podem ser compartilhados e por quanto tempo serão armazenados.
- Política de cookies: os titulares devem ter acesso simplificado sobre as cookies que estão sendo utilizadas em websites, sua finalidade e o prazo de armazenamento. Além disso, as organizações devem permitir que os usuários gerenciem as suas preferências.
- Comunicação sobre incidentes de segurança: em caso de vazamento ou uso indevido de dados que possam causar riscos ou danos relevantes aos titulares, é essencial que estes sejam informados de forma rápida e eficiente sobre as medidas tomadas para mitigar os danos.
Orientação aos consumidores
Com a aproximação da Black Friday e a preocupação com a segurança dos dados pessoais, os consumidores também podem adotar algumas medidas para realizar compras online com segurança. A Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP) publicou algumas orientações a serem seguidas no momento da compra, além de disponibilizar plantão permanente de atendimento ao consumidor toda sexta-feira de novembro. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, intensificará sua atuação para identificar práticas enganosas, como o aumento artificial de preços antes do período das promoções.
Dentre as recomendações, constam:
- Desconfiar de promoções muito atraentes para serem reais;
- Cuidado com links em e-mails não solicitados;
- Preferência para Pix ou cartões virtuais em compras online;
- Jamais fazer transações online em computadores ou redes públicas;
- verificar a reputação da loja.
Além disso, o órgão publicou lista de sites que devem ser evitados, pois tiveram reclamações de consumidores registradas no Procon-SP, foram notificados, não responderam ou não foram encontrados.
A Black Friday representa uma oportunidade para consumidores aproveitarem grandes promoções e para o mercado varejista e o comércio eletrônico impulsionar suas vendas. Contudo, exige equilíbrio entre a busca por resultados comerciais e a garantia de um ambiente de vendas seguro e transparente. É essencial que organizações invistam em medidas eficientes de proteção aos consumidores, estes que por vez, deverão estar atentos a possíveis fraudes.
Este artigo foi preparado com propósito meramente informativo; não pode ser tratado como aconselhamento legal e as informações nele contidas não devem ser seguidas sem orientação profissional. |